quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ceia de Natal


Fazer a janta de Natal talvez seja o ponto alto do ano para a maioria dos amadores metidos a cozinheiros. E para nós aqui do blog não é diferente. Nossa ceia já acontece há algum tempo e está começando a carregar o fardo da tradição. A cada novo Natal, então, tentamos dar uma incrementada. Em 2010 ela foi bem completa e, abaixo, seguem as receitas de cada um dos pratos, com seus respectivos cozinheiros. Boa sorte na cozinha e Feliz Natal!

A ave, por Eduardo e Mariana
Comprar a ave para o Natal (apelidada carinhosamente de sambiqüira) é uma tarefa árdua, visto que nessa época os supermercados "ganham" uma pessoa de cada marca para concenver o pobre consumidor de que determinado produto é melhor que o outro. Parecem anjinhos e diabinhos, um em cada ouvido. Neste ano a ave escolhida foi o Bruster, já que a vendedora da Lebon era a mais simpática. O cálculo, dizem, é de 300gr por pessoa, o que resultou, no nosso caso, na compra de dois animais de 2,5kg cada. Dois dias antes do fatídico dia da janta é feito o descongelamento (1 dia para descongelar e mais 1 dia para marinar) e os ingredientes para o tempero são:

- 1 litro de vinho branco
- 2 cebolas médias
- Uns 5 dentes de alho
- Temperos frescos (manjericão, manjerona, sálvia, louro e alecrim)
- Umas 3 colheres de sopa de azeite de oliva
- Sal ou tempero pronto para galeto

Picar a cebola, o alho e os temperos sem muita preocupação com o tamanho dos pedaços. Numa tigela ou bacia bem funda e grande, colocar o peru/chester/bruster já descongelado e sem os miúdos. Por cima, por baixo e pelos lados dele vão os ingredientes que acabaram de ser picados, além do vinho e do azeite. No caldo que se formou, adicionar 1 colher de sopa de tempero pronto (no caso do sal eu não saberia dizer a quantia) e misturar. Depois é só cobrir com papel filme e deixar na geladeira. É bom que isso tudo seja feito na noite anterior à ceia, para que o peru/chester/bruster possa ficar marinando um dia inteiro. P.S.¹: não esquecer de virar o bicho dentro da bacia pelo menos uma vez. P.S.²: durante o preparo também é possível fazer alguns pequenos furos no peito do galináceo e colocar ervas ali dentro. Dá uma intensificada no sabor para quem gosta de coisas mais temperadas.

Um dia depois...
O peru/chester/bruster já deve estar bem bêbado e é a hora de ir pros finalmentes. Após pré-aquecer o forno e transferir a ave para uma forma onde caibam ela e mais um pouco do caldo do tempero, cobrir o bicho (e a forma) com papel alumínio. Isso faz com que a carne fique no "bafo" e cozinhe mais rápido. Colocar no forno e deixar assando em fogo baixo ou médio baixo (depende do fogão) por cerca de duas horas, lembrando que aqui estamos falando do preparo de um peru/chester/bruster de 2,5kg / 3kg. Aves maiores precisam assar por mais tempo. Enfim, após esse tempo já se pode tirar o papel alumínio e então deixar o bicho dourar. Caso a sua "espécie" tenha o tal termômetro que salta, ótimo, é só esperar saltar, mas se não tiver, pode deixar pelo menos mais meia hora ou 45 minutos para ir dourando. Depois é só tirar do forno e servir, quente ou frio, mas sempre com a farofa!

A farofa, por Lucas
- 400g de farinha de pao torrado
- 150g de manteiga com sal
- 300g de ricota fresca
- 200g de alcaparras
- 250g de castanhas granuladas
- 200g de tomate seco

Coloque a farinha de pão torrado em uma panela grande e adicione a manteiga. Quando começar a dourar, acrescente a ricota e o tomate seco picados em cubinhos. Em seguida, a alcaparra e a castanha e tempere a gosto. Cuide com o sal, pois os ingredientes já são temperados. Ao levar à mesa, acrescente mussarela ralada por cima. Se a farofa-fa ainda estiver morna o queijo vai derreter, e isso dá um toque especial!


O salpicão, por Mariana
Cada um tem um jeito diferente de preparar seu salpicão. A versão mais tradicional é o salpicão de frango. Eu, porém, já prefiro mudar. Cada ano tento incrementar com algum ingrediente, inovar. Geralmente faço dois para cada ceia. Em meio de tantas variações vou postar aqui algumas possibilidades...

Como já disse, geralmente faço dois: um básico e outro mais “refinado”. O básico é simples, bem simples. Nada mais que misturar maionese (com um pouco de creme de leite para não ficar forte) com chester fatiado (cortado em quadradinhos), queijo processado (cheddar, mussarela - o da marca Schneider é melhor), milho e ervilhas (frescas, de preferência). À parte, deixo sempre um manjericão disponível.

Já no refinado é que entra toda a criatividade. No lugar do chester costumo pôr um lombo canadense defumado (picado em cubinhos). Em vez de simplesmente pôr o queijo processado, ponho também um de melhor qualidade e que tenha um sabor que se sobressaia - mas não a ponto de “monopolizá-lo” (como seria o caso do provolone ou gorgonzola). Os que mais gosto de usar são gouda ou estepe. Pode-se manter o milho e a ervilha.


Quanto aos demais ingredientes, adiciono tomates secos e champignons fatiados. O que vale a pena fazer com os champignons é fritá-los previamente na manteiga com molho shoyo até que fiquem com uma bela cor amarronzada/caramelada. Eles ficam com um sabor incrível e fazem a diferença no salpicão. Para fechar, substituo a maionese por um Temper Cheese tradicional ou requeijão, também misturados com creme de leite. Aqui vale ressaltar para que usem creme de leite de caixinha. Sim, o creme de leite de lata é de uma qualidade muito superior, é outro gosto, mas este não é o objetivo do salpicão. Do contrário, o gosto do Temper Cheese (ou requeijão) não será notado. Mais uma vez, deixo o manjericão à parte. E a batata palha? Colocamos à mesa para quem quiser se servir, mas não misture ao salpicão, pois, caso fique tempo demais em contato com o creme de leite, ela perderá toda sua crocância.

Como você pode estar pensando, há várias outras formas de montar. Pode-se, por exemplo, acrescentar pepino no básico e palmito no refinado. Mas fica a critério do freguês.


O arroz à grega, por Cris (nossa convidada)
Para 6 pessoas:
- 2 xícícaras de arroz branco;
- 2 dentes de alho grandes picados;
- 1 cebola média picada;
- 2 colheres de sopa de óleo ou manteiga;
- 1 tablete de caldo de galinha;
- Sal a gosto;
- 100 g de vagens verdes cozidas e picadas;
- 1 cenoura grande cozida e picada;
- 125 g de uvas passas;
- Tomates cereja;
- Castanhas do pará picadas;

Cozinhe rapidamente as vagens e a cenoura em água fervente (tempere com um caldo de galinha e uma pitada de sal para maior sabor!) por tempo apenas suficiente para que ainda fiquem firmes e fáceis de picar, mantendo aquela "corzinha natural". Após picadas, reserve.

Em um prato separado, adicione água quente às uvas passas e deixe-as de molho por alguns instantes, hidratando-as antes de adicioná-las ao arroz.

Em uma panela grande, frite o alho e a cebola picados em óleo e/ou manteiga (prefira óleo de girassol e/ou canola mais saudáveis) e acrescente o arroz, misturando bem e levemente fritando-os. Em seguida, acrescente 4 xícícaras de águra fervente (para cobrir até cerca de 1 dedo acima do arroz na panela), juntamente com o tablete de caldo de galinha e sal a gosto. Deixe-o cozinhar em fogo baixo.

Assim que pronto e retirado do fogo, misture levemente ao arroz as vagens, a cenoura e as uvas passas (escorridas). Sirva em uma travessa, polvilhe com as castanhas picadas e decore com os tomates cereja.

A salada, por Eduardo
Bom, a salada em si não tem nada demais, é apenas alface americana e rúcula, e também não tem nada com cara de Natal nela - serve para qualquer ocasião. A parte boa mesmo dela são os croutons e o molho de mostarda e mel que acompanha. Sendo assim:

Para os croutons
- Bacon
- Pão de sanduíche
- Azeite de oliva
- Alho
- Orégano
- Sal

Cortar o pão em cubinhos e jogar em uma frigideira onde já estejam o alho picado e o bacon dourando no azeite de oliva (pouco azeite: o pão deve tostar, e não fritar). Colocar umas pitadinhas de sal e de orégano e ir mexendo, cuidando para não queimar e para que todos os cubinhos tostem por igual. Depois de um tempo nessa função é interessante - mas não necessário - transferir tudo para uma forma e pôr no forno. Não mais que 10 minutos.

Para o molho
- 6 colheres de sopa de maionese
- 2 colheres de sopa de azeite de oliva
- Suco de 1/2 limão
- 1 colher de sopa bem cheia de mostarda
- 1 colher de sopa bem cheia de mostarda Dijon
- 2 colheres de sopa de mel
- 1 colher de sopa de água

Misturar tudo bem misturado e tá pronto.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Tomates secos

O tomate seco talvez seja a iguaria que primeiro despertou o meu lado gastronômico-curioso. Ainda "piá", lembro de ter tentado secar, em vão, alguns tomates no forno e de, na sequência, flambar involuntariamente uma fatia do fruto na frigideira. Com o tempo, renascidos os cabelos chamuscados, o amadurecimento fez com que passasse a pensar o lógico frente a um desafio na cozinha: pedir ajuda ao Google. A receita a seguir é uma mistura de várias outras que existem por aí na internet, com um toque Nozari de ser.

Ingredientes:

- 2kg de tomates italianos
- Sal
- Açúcar
- Orégano
- Pimenta do reino em pó
- Azeite de oliva extra-virgem
- Alho
- Manjericão e louro

Cortar os tomates ao meio ("verticalmente") e tirar todo aquele miolo gosmento e cheio de sementes. Depois de dispor todos eles com a casca para baixo em uma forma, preparar uma mistura de duas partes de açúcar para uma de sal, com um pouco de orégano e pimenta, e espalhar por sobre os tomates. Além de temperar, isso ajuda a desidratar. Feito isso, algumas vertentes:

Secar no sol: nunca vi dar certo. Acho que seriam necessários vários dias a fio de tempo bom e temperaturas infernais.

Secar no forno microondas: funciona. Cerca de 40 minutos em potência de uns 80% desidratam direitinho, mas os tomates ficam deveras murchos e sem graça. É rápido, claro, mas sem dúvida o resultado não fica melhor do que...

Secar no forno a gás: é ótimo, mas requer paciência. Para ficarem secos e com a consistência na medida certa os tomates precisam ficar cerca de 6 horas em fogo bem baixo e com a porta do forno entreaberta. Ao longo desse tempo todo é bom ir virando os tomates de vez em quando, para que o líquido escorra, e polvilhar mais um pouco da mistura de sal e açúcar.

Saídos do forno e já friozinhos os tomates devem ser acondicionados em um pote de vidro (devidamente escaldado com água quente e etc...) junto com um dente de alho picado, folhas de manjericão, louro e mais um pouco de orégano. Feito isso é só completar o pote com azeite de oliva, cuidando para que não fiquem bolsas de ar entre os tomates. Após pelo menos algumas horas na conserva, bom apetite!